Vendas nos supermercados crescem 5,4% no estado no primeiro semestre

A economia ainda se recupera timidamente, mas as melhorias nas variáveis que determinam o consumo das famílias, tais como inflação estável, redução de juros, alta da tomada de crédito e criação de empregos formais já garantiram um bom desempenho em vendas nos supermercados no primeiro semestre, cujo crescimento foi de 5,4% no estado e 5,7% na capital paulista.

Segundo dados da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) as vendas do comércio varejista no Estado de São Paulo atingiram R$ 58,1 bilhões em junho, alta de 4,9% em relação ao mesmo período do ano passado, R$ 2,7 milhões a mais do que em 2018.

Das nove atividades pesquisadas do varejo, oito obtiveram alta em seu faturamento real no comparativo anual em junho, com destaque para os setores de farmácias e perfumarias (11,5%) e supermercados (5,4%). Juntos, contribuíram para o resultado geral com 2,7 pontos porcentuais (p.p.).

Para o assessor econômico da FecomercioSP, Noboru Takarabe, o desempenho dos supermercados não surpreende, assim como o do setor de farmácia e perfumaria, pois ainda que haja recessão, o consumidor não corta os itens essenciais, como alimentação e medicamentos. “No caso do varejo de alimentos, se a renda não é suficiente, a pessoa substitui um ou outro item das marcas líderes por outros mais populares. Já nos medicamentos recorre-se aos genéricos, mas não deixam de comprar”, analisa o especialista.

A injeção de recursos na economia, advindos das novas regras de saques do FGTS, tanto de contas ativas quanto inativas, e das cotas do fundo do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidos Público (Pasep), calculada em mais de R$ 40 bilhões, deve garantir um desempenho ainda melhor para o varejo de alimentos no segundo semestre, na opinião de Alvaro Furtado, presidente do Sincovaga.

“Qualquer real a mais na mão do consumidor, principalmente os de baixa renda, já irá estimular o varejo de alimentos, o que reforça a expectativa de um final de ano mais promissor em vendas nos supermercados que os anteriores”, avalia Furtado.

Sinal de que os consumidores têm outras prioridades é que de acordo com a pesquisa da FecomercioSP, o segmento de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento sofreu recuo de 7,5%, impactando negativamente em 0,6 ponto porcentual o número final.

A expectativa é positiva também para que outros estímulos à economia e à geração de empregos, como a aprovação da reforma da previdência, e o aprofundamento da discussão sobre a reforma tributária, para desburocratizar ainda mais o ambiente de negócios no País e diminuir a carga tributária, tornem-se realidade e possam garantir ao País retomar a rota do crescimento.

 

Sobre a PCCV

A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades).

Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.