23 de abril, 2024

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Sem que a sociedade se aperceba, o País vai sendo coberto por um manto de discórdia que se alarga cada vez mais e vai corroendo a sensatez em vários níveis de decisão, em desfavor de todos nós brasileiros

 

Por Sérgio Paulo Muniz Costa

| Historiador

 

Todo o noticiário sobre o governo Bolsonaro pode se resumir a uma só palavra: polêmica.

Motivos não faltam, é bom que se diga. O governo foi eleito para solucionar problemas que suscitam polêmica, com a economia e a segurança à frente de vários deles. Os filhos do presidente insistem em fazer declarações polêmicas. E algumas indicações e nomeações para o governo se mostraram polêmicas.

Até aí tudo bem, pois a matéria-prima da notícia sempre foi a polêmica, entendida como o contraste entre posições a respeito de assuntos que são do interesse da população.

Mas a polêmica destilada diariamente em torno do governo Bolsonaro é diferente. Ela não acontece por causa das questões que aparentemente a suscitam, sejam quais forem, aquelas sérias ou as tantas bobagens que não deviam ser ditas.

Na verdade, a polêmica que a grande imprensa faz a sociedade brasileira respirar diariamente é uma ação política. De quem não sabe mais fazer política.

Calada, com suas foices e bandeiras enroladas, exsudando um ressentimento patológico e um inconformismo nada republicano, a esquerda derrotada nas urnas aposta tudo na inviabilização do governo perante os olhos da opinião pública.

Não é difícil constatar esse procedimento no noticiário nacional. Exploram-se todas as situações para antagonizar membros do governo, não faltando surpreendentes bajulações para incensar uns  às custas de outros, invertendo-se os uns e os outros no dia seguinte, sem o menor pudor.

Uma usina de especulações e de presunções alimenta escândalos antes de eles existirem. E se não existirem, pairam virtuais enquanto puderem, até que sejam substituídos por outros numa sequência interminável.

Pode–se argumentar que isso faz parte do cardápio estragado de qualquer imprensa corrompida e mercenária. Mas dos fatos se constata que há alguma coisa além, pois não há nada, absolutamente nada, desde o perfunctório até às questões de vida ou morte, que o governo esteja fazendo bem.

Nada. Mesmo naquilo que ele pouco tem a ver, encontra-se um jeito de envolvê-lo e responsabilizá-lo. Não há nem aquela mal disfarçada intenção de extorquir o governo, de triste memória nesta República. Intenta-se mesmo é a destruição midiática do governo.

Isso poderia continuar sem ser muito notado, não fosse por um absurdo que aconteceu na tarde desta sexta-feira (15/02), que rompeu com o padrão de procedimento esperado de uma imprensa comprometida com a crítica e fiscalização do governo em uma democracia.

Em destaque, a Folha de São Paulo noticiou que “cirurgia de Bolsonaro exigirá pagamento inédito por hospital militar”, sugerindo que a complicadíssima intervenção a que foi submetido o presidente da República no Hospital Albert Einstein em São Paulo, a ser paga pelos cofres públicos, seria um privilégio.

Na verdade, a notícia é um insulto.

Ao bom senso, à inteligência e às esperanças do  povo brasileiro: insinuar como vantagem indevida a cirurgia vital realizada no presidente vítima de uma tentativa de assassinato durante a campanha eleitoral, que até hoje, inexplicavelmente, não foi apurada.

Esse foi o limite ultrapassado. Do respeito à figura pública e humana de Jair Bolsonaro. Embora aparentemente desimportante, episódica em uma luta pelo poder, a notícia indica algo mais abrangente e perigoso.

Sem que a sociedade se aperceba, o País vai sendo coberto por um manto de discórdia que se alarga cada vez mais e vai corroendo a sensatez em vários níveis de decisão, em desfavor de todos nós brasileiros.

Sempre há um limite. É preciso respeitá-lo.

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do Diário do Comércio

 

IMAGEM: Pixabay

https://dcomercio.com.br/categoria/opiniao/limite

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